
Pernambuco vive uma transformação silenciosa, mas acelerada, no trânsito com o aumento do número de motocicletas e motonetas. Dados divulgados na última semana pelo Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) revelam que o estado contabiliza, hoje, 1.524.421 veículos de duas rodas, praticamente empatando com os 1.527.191 automóveis. Os números confirmam o que era percebido nas ruas.
A tendência aponta para uma ultrapassagem. De 2020 a 2025, o estado viu um crescimento de 294.884 motos, com média de 58.976 por ano, enquanto o total de carros cresceu apenas 91.894 unidades no mesmo período. Os dados de emplacamentos reforçam essa perspectiva. Em 2025, nos três primeiros meses do ano, foram emplacadas 26.093 motos e motonetas em Pernambuco, com média mensal de quase 8.700 unidades. Já os automóveis somaram apenas 8.920 novos emplacamentos no período, ou cerca de 2.973 por mês.
De acordo com o Detran-PE, o aumento é resultado da sua rapidez de moto em levar o condutor até o seu destino, reduzindo o tempo no seu deslocamento proporcionando uma maior qualidade de vida, além de ser um veículo de certa forma mais acessível e de manutenção mais barata em relação aos automóveis.
Embora a capital ainda tenha mais carros que motos, o cenário no interior é bem diferente. Em diversas cidades do interior, os veículos de duas rodas já superam os automóveis. É o caso de Petrolina, no Sertão, que conta com 80.422 motos e motonetas, frente a 74.211 carros. Em Caruaru, a diferença é menor, mas ainda favorável às duas rodas: 86.501 contra 85.275 automóveis.
Vitória de Santo Antão é um dos destaques: são 31.545 veículos de duas rodas, enquanto os carros somam 23.114. A explicação passa pelo custo mais acessível da moto, maior agilidade para deslocamentos urbanos e a ampliação do uso profissional dos veículos, especialmente com o crescimento do setor de entregas e transporte por aplicativos.