
Durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo nesta terça-feira (29/4), a vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou que “mulher branca, bonita e rica incomoda”. A declaração foi dirigida a sindicalistas presentes na sessão que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores públicos municipais.
Antes de fazer o comentário, Cris solicitou que a vereadora Luana Alves (PSOL) se calasse: “Por favor, Luana, silêncio. Me devolva meu tempo. Eu escutei todos vocês em silêncio. Agora, quando uma mulher branca sobe aqui para dizer a verdade, vocês ficam exaltados. Porque uma mulher branca, bonita e com dinheiro incomoda muito vocês”, declarou.
A vereadora Luana Alves, que é negra, considerou a declaração racista e pediu a interrupção da sessão. A transmissão oficial do plenário foi suspensa por alguns minutos, sendo retomada em seguida. Após o retorno, Cris Monteiro se desculpou.
“Lamento sinceramente se alguém se sentiu ofendido com as minhas palavras. Essa não foi a minha intenção. Uso a tribuna, como qualquer parlamentar, para expressar minhas ideias e convicções”, afirmou.
O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), informou ter assistido ao vídeo da fala de Cris Monteiro e concluiu que não houve racismo. “Assistimos repetidamente ao vídeo. Na nossa avaliação, não houve manifestação racista. Esse episódio será analisado com serenidade e equilíbrio”, declarou.
Apesar da polêmica, a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei 416/2025, com 34 votos a favor e 17 contra. A proposta estabelece o reajuste anual dos servidores municipais de São Paulo, dividido em duas etapas: a primeira de 2,60%, a partir de 1º de maio de 2025, e a segunda de 2,55%, com início em 1º de maio de 2026.