
As comemorações do São João 2025 pelos pernambucanos revelam muito mais do que uma simples preferência festiva. É uma manifestação cultural que está profundamente enraizada na identidade do povo nordestino.
Dados de uma pesquisa inédita realizada pelo Centro Universitário Frassinetti do Recife (UniFAFIRE) através do Núcleo de Inteligência de Mercado, entre os dias 29 de maio e 6 de junho, comprovam que a maioria, mais precisamente 84,12% dos recifenses, festejam a data todos os anos, e mais de 50% não pretendem viajar e devem curtir a festa em família.
Outra observação interessante no estudo é que apenas 27,65% têm intenção de viajar, o que indica que, mesmo com o apelo de destinos famosos como Caruaru e Gravatá, o São João ainda é, majoritariamente, vivido de forma local e intimista. Já os 19,06% que não souberam informar apontam uma parcela da população ainda incerta ou influenciada por variáveis de última hora, como condições financeiras, segurança ou questões climáticas.
Gravatá, em segundo lugar com 16,04%, confirma seu papel como destino tradicional e acessível para famílias da RMR, especialmente pela proximidade da capital e estrutura de lazer. A presença das praias como terceira opção, com pouco mais de 7%, aponta para uma parcela da população que associa o feriado mais ao descanso do que às tradições juninas, mostrando a pluralidade dos perfis.
Já Bezerros, Campina Grande e Arcoverde, mesmo com percentuais menores, revelam a valorização de destinos com forte identidade cultural.
A maioria dos entrevistados, 42,30%, prefere o estilo tradicional que une forró pé de serra, quadrilha e fogueira, contra 9,75% dos respondentes que disseram gostar das festas grandes com artistas famosos.
Uma outra questão levantada na pesquisa foi com relação à comida junina favorita, que apontou o milho verde assado/cozido em primeiro lugar com 24,32% e a canjica em segundo com 22,68% estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro da pesquisa de 3,3 pontos percentuais. Em terceiro estão a pamonha com 18,45% que ainda estaria empatada tecnicamente com a canjica com 22,68%. Em seguida, vem o bolo de milho com 13,98%, munguzá com 7,05%; pé de moleque com 4,82% e outras comidas com 4,23%.
No que se refere ao uso de roupas típicas no São João, o estudo apontou que mesmo com as mudanças culturais, cerca de 1 a cada 3 recifenses mantêm a tradição e a festa, neste aspecto, continua sendo uma vitrine viva da cultura regional e o traje típico com suas cores, rendas e xadrezes, permanece sendo um elo afetivo entre tradição e contemporaneidade.
Fonte: Folha de PE